The Kiss of Deception by Mary E. Pearson

Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas - menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?

Hello peoples!!

Trago para vocês a resenha do volume 1 da série Crônicas de Amor e Ódio, e já posso iniciar dizendo que estou satisfeita com a história.

De alguns anos para cá - acredito que com a trilogia de Jogos Vorazes - alguns livros de fantasia/distopia/ficção/romances tem focado mais em personagens femininas heroínas de si mesmas, protagonistas fortes, nada submissas e que não são mais donzelas em perigo; mas teve algumas personagens que me decepcionaram justamente por prometer entregar essa protagonista fantástica, mas que na verdade - e isso é minha opinião - não era bem isso (América e Celaena #sorry vocês me decepcionaram =( ). 

Por isso confesso que iniciei essa leitura com um pouco de receio, mas a cada virada de página, cada capítulo consumido a Lia foi crescendo aos meus olhos e eu realmente enxerguei uma personagem feminina poderosa!

" (...). Com Pauline ao meu lado, em um ato rápido que nunca poderia ser desfeito - ato este que punha fim a mil sonhos, mas dava à luz um desejo -, saí em disparada, buscando a cobertura da floresta, sem, em momento algum, olhar para trás. "

Lia é uma Primeira Filha da Casa Real de Morrighan, que é forçada a um casamento para fins políticos; entretanto Lia não quer ser uma moeda de troca só para acabar com a animosidade entres os Reinos de Morrighan e Dalbreck, assim no dia de seu casamento resolve fugir de sua "responsabilidade" e de um casamento que ela nunca desejou.

Desde as primeiras linhas, a personalidade forte de Lia é perceptível, ela entende que o ato que fez é considerada a mais alta traição, mas mesmo assim, arca com as consequências e vai em busca dá tão sonhada liberdade, á partir do momento que fugiu ela deixou para trás o título de Princesa Arabella de Morrighan e se tornou apenas Lia, uma jovem que quer experimentar a vida sem um título, deveres e tradições em seus ombros.

E Lia realmente abraça esse sonho e começa a viver como uma simples moça na cidade de Terravin, o que ela não sabe é que está sendo procurada. E que as pessoas que a estão procurando são na verdade um príncipe - o que ela iria se casar - e um assassino.

No começo eu imaginei que teria a presença de um triângulo amoroso - não gosto quando tem - mas a autora sobre trabalhar muito bem a relação dos três, a principio você não sabe quem é o assassino e quem é o príncipe a autora esconde isso do leitor, e então surge a atração de Lia pelos dois - algo neles a instiga - mas em vez de ficar fazendo um jogo de "mamãe mandou" , Mary já deixa claro qual será o interesse amoroso de Lia, e eu gostei disso porque dá ao leitor um foco, em romances onde o triângulo ou múltiplos interesses não são definidos o leitor não consegue se concentrar na história (eu ao menos penso assim) porque aquela é a maior dúvida que persiste em sua mente. 

" (...). Era isso que eu tanto amava e tanto odiava em (...): ele me desafiava em tudo que eu dizia, mas também me ouvia com atenção. Ele me dava ouvidos como se todas as palavras que eu dissesse fossem importantes. " 

Mas, a vida simplória de Lia é desfeita após receber uma notícia de seu irmão. Por conta de sua decisão, outras foram desencadeadas e não para o bem. Lia então decide aceitar a responsabilidade como uma Primeira Filha, mesmo que isso a faça infeliz, mas ao menos ela poderia conseguir justiça e fazer com que as revoltas acabassem. E aqui se inicia outra aventura - e talvez a mais perigosa - na vida de Lia, ela acredita que está a caminho de Morrighan, porém no caminho é sequestrada por aquele que confiava, além de descobrir que ele é um assassino. Lia então é levada para o Reino de Venda, como prisioneira. Na trajetória até lá, Lia enfrenta várias coisas, todas nos sentido da sua sobrevivência, tanto física como mental. E presencia a morte de alguém muito querido para ela.

À tantas coisas acontecendo com Lia, que é difícil descrever sem contar um possível spolier, contudo a Mary escreve de uma forma que não deixa a leitura maçante, vamos acompanhando o crescimento de Lia e nos impressionando com sua coragem e força, então do meio para fim a história se torna mais acelerada, algumas respostas começam a aparecer e as coisas começam a fazer sentido, quando um segredo é descoberto por Lia, o leitor chega arrepia - pelo menos isso aconteceu comigo hahaha -,  e quando estamos ali com as emoções ainda a flor da pele outra coisa acontece, que nos faz querer chorar e novamente vem Lia com essa sua força e nos faz outra vez arrepiar.

" (...). Era uma memória que ia além do céu distante e da terra que sangrava, uma canção de desprezo e amor, de amargura e misericórdia, uma prece tecida não apenas de sons como também de estrelas, e pó, e todo o sempre.
'E que assim seja', finalizei, 'para todo o sempre.' "

Para além disso teve outro fator que amei, simplesmente amei, na sinopse da contra capa tem a seguinte frase: " A força feminina é a grande estrela neste romance de Mary E. Pearson. "  e essa é a mais pura verdade, aqui você não vai ter mulheres umas contra as outras, e sim unidas, buscando o bem maior para todos, e isso é tão lindo gente, não ter essa "rivalidade" que insistem em colocar que as mulheres tem que ter contra as outras, aqui a união é mais importante, ajudar e apoiar umas as outras é mais importante.

" (...). Nossos relacionamentos mudaram. Nos tornamos uma irmandade com uma causa em comum, soldados de nossa própria guarda de elite, prometendo passar por isso juntas, todas nós jurando ajudar Pauline, e tudo isso no espaço de tempo de vinte minutos antes que alguém batesse à porta da cozinha."

Com isso, confesso que estou na expectativa para o segundo livro e torcendo para que a Mary tenha mantido os mesmos elementos do primeiro volume, não vou dizer que essa leitura entrou para a lista de The Best, mas com certeza foi a segunda melhor que realizei no mês de Janeiro. Dessa forma, deixo aqui a dica para você que quer ler e ainda está com medo de arriscar, The Kiss of Deception é uma leitura que promete e entrega aquilo que prometeu!

Espero que tenham gostado e até a próxima!
BeijO!