Negação by Deborah E. Lipstadt (Resenha)

 

   David Irving é um autor inglês que usa métodos pouco ortodoxos de pesquisa histórica em seus inúmeros livros sobre a Segunda Guerra Mundial e o Terceiro Reich, nos quais ora atenua os impactos e as atrocidades dos campos de concentração, ora questiona a própria existência das câmaras de gás. Irving chega até mesmo a negar a existência do Holocausto, que descreve como "uma lenda". São justamente essas alegações negacionistas que levam a historiadora americana Deborha Lipstadt a descrevê-lo, em seu aclamado livro Denying the Holocaust, de 1993, como "um dos mais perigosos porta-vozes do negacionismo do Holocausto".

  Indignado, Irving decide abrir um processo por difamação contra Lipstadt. Agora, a historiadora se vê obrigada a enfrentar, na Inglaterra, uma batalha jurídica que não se restringe à reputação de dois estudiosos, mas que diz respeito ao registro da própria História. Amparada por uma competente equipe de defesa, Lipstadt inicia uma minuciosa análise do trabalho de Irving para mostrar como, a partir de uma postura ideológica antissemita e racista, ele perverte documentos e registros históricos com o objetivo de "absolver Hitler".

Antissemitismo: é o ódio e preconceito contra o povo judeu e sua cultura, ou seja, uma forma de xenofobismo.

Fonte: Significados

Negacionismo: é a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável. Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável, sendo essencialmente uma ação que não possui validação de um evento ou experiência histórica. Na ciência, o negacionismo é definido como a rejeição de conceitos básicos, incontestáveis e apoiados por consenso científico em favor de ideias tanto radicais quanto controversas.

Fonte: Wikipédia

Heyyy Peoples!!

Hoje trago a resenha desse livro incrível, que falou muito comigo e me surpreendeu! Iniciei a resenha, com as duas definições que sempre estão presentes no livro, e que é de extrema importância para um melhor entendimento da leitura.

Caso queriam conferir os quotes que separei é só ir nesse link: Negação - Quotes

O interesse por essa leitura veio, ao ver o trailer do filme como um indicação e saber que foi baseado nesse livro. Porque eu, Gabriela, desconhecia que existiam pessoas que negavam o Holocausto. E, esse motivo, foi o que mais despertou minha curiosidade para essa história. 

" (...). 'Pessoas com David Irving não lançam bombas. Eles lançam palavras que levam outras pessoas a lançarem bombas'. " (p. 308)

A história é contada em primeira pessoa, pela própria Deborah; ela relata desde o momento em que recebeu o processo, o caminho que a levou a ser uma historiadora que estuda e ensina sobre o Holocausto, o que ela passou durante o julgamento e a conclusão. E o leitor embarca nessa jornada junto com ela; e isso foi o que mais me chamou atenção. Não vemos a história como um mero expectador, é como se estivéssemos ali com ela.

" (...). Lutei para me defender, para preservar minha convicção na liberdade de expressão e para derrotar um homem que mentia sobre a história e expressava visões profundamente sórdidas dos judeus e de outras minorias" . (p. 370)

Eu acredito que todos nós sabemos o que foi o Holocausto, e o porquê ele aconteceu, mas nesse livro descobri novas informações. Vemos outro lado da história (não sabia que podia ser ainda mais horrível 💔), e algo se torna ainda mais claro: alguns humanos carecem de humanidade!

Acredito - ao menos foi para mim - que é muito difícil ser imparcial ao ler essa história, entendo as explicações que mostram como o discurso de Hitler foi aceito pelos alemães, - e compreendo o porquê deles terem achado ser a melhor opção - e que alguns não concordavam com ele, ( e isso sempre me trazia ao momento político pelo qual o Brasil passa), mas foi complicado aceitar os "motivos", entretanto, acredito que essa é a função que a leitura tem que ter na vida do leitor, fazer ele questionar, pesquisar, ir atrás das informações verdadeiras.

E, querendo ou não, é disso que se trata esse livro, aquela frase: "contra fatos não há argumentos" se encaixa perfeitamente para o definir, Irving é um "historiador" que, usava fontes duvidosas, ou somente as partes que lhe convinham, e até mesmo as inventava. O que a Deborah buscava provar ao enfrentar esse julgamento, e o que, o leitor percebe é que: a história não é aquela que a gente quer acreditar, ou a que acha ser a "verdadeira" para nós. O percurso histórico que a humanidade passou, e passa, deve ser respeitado, e não "apagado" ou considerado como uma "lenda".

É um livro impactante. Mesmo, tendo uma linguagem mais cientifica ainda é uma leitura agradável, de fácil compreensão do leitor e com um peso histórico enorme. Essa é uma leitura que ao meu ver, deve ser obrigatória, não pelos simples fato de se tratar do Holocausto, mas por mostrar como o poder da fala e da escrita é grande e como devemos nos atentar a isso. Discursos tem poder: tanto de nos fazer enfrentar nossos medos, lutar pelo que queremos, como de nos voltar contra nossa própria espécie!

" (...). Como o antissemitismo e todas as formas de preconceito são impermeáveis ao racionalismo, não podem ser refutados. Por conseguinte, precisam ser enfrentados por todas as gerações. " (p. 377)

Bem, o meu objetivo era escrever uma simples resenha, mas acredito que minhas opiniões ficaram "expressivas" demais kkkkkkkk, mesmo assim, espero que atraia a atenção de vocês e que deem uma oportunidade para essa leitura, pois, VALE MUITO A PENA!

" (...). A verdade precisa ser repetida, jamais silenciada. (...). Agora, cabe a nós continuar a infinita busca pela verdade, pela justiça e pela liberdade de expressão. " (Posfácio, p. 387)

Até a próxima.
BeijOs!!